A inauguração realizou-se no Museu Terras de Besteiros, onde os quadros estão expostos e podem ser visitados até ao dia 28 de maio.
No decorrer da cerimónia de inauguração, Carla Antunes Borges referiu-se a “Arcanjas” como sendo “uma magnifica exposição de pintura, onde o caráter intimista nos pega pela mão e nos envolve nos sussurros dos olhares das arcanjas e arcanjos”.
A presidente da Câmara Municipal destacou ainda a importância da realização deste tipo de iniciativas, no Museu Municipal, para todos os visitantes. “Acreditamos que este espaço de exposição, dentro do Museu Terras de Besteiros, tem que ser continuamente um espaço vivo, onde a pintura, a escultura ou qualquer outra forma de arte nos estimulam a percorrer o caminho das nossas vidas coletivas, numa constante e inquietante procura de respostas para os nossos desafios”.
O tema da exposição foi ainda remetido para a atual situação de guerra que se vive na Ucrânia. “Esta exposição, em particular, abraça-nos nos seus sussurros e, oportunamente, nos leva a refletir e a inquietar sobre o porquê dos tempos turbulentos que vivemos, deixando-nos o desejo que outros arcanjos ou arcanjas estejam igualmente presentes junto da nação ucraniana”, concluiu a presidente da autarquia.
O ciclo “Arcanjas” marca o retorno de António Cunha e Silva à pintura, após 20 anos de ausência. Neste reencontro, três símbolos se alinharam na sua visão: uma lança, uma espiral, uma asa. “Do passado, guardo a tendência para o tratamento e relacionamento com a figura feminina, que ocupa no meu universo plástico um ponto de referência, uma espécie de cordão umbilical que une e que abraça toda a minha obra”, referiu o autor.
Nesta exposição, o tema revela-se configurado num conjunto espiritualista dedicado à Senhora do Ó (a Mater) e a São Sebastião (o Mártir), que se retratam como obras intimistas dos seus gritos surdos, dos seus sussurros.