É uma decisão da sua exclusiva responsabilidade, ou seja, e para ser mais claro, do Comandante Distrital da GNR de Viseu, no âmbito das suas competências, que naturalmente respeitamos, mas da qual discordamos totalmente.
Esta decisão institucional do Sr. Comandante, não teve qualquer interferência, opinião, decisão ou aconselhamento da tutela política.
Aliás, não podia ser de outra forma, visto que o actual Governo tomou posse há relativamente poucos dias, e portanto ainda sem tempo para uma análise profunda do sistema de segurança em Portugal. Trata-se, pois, de uma decisão pessoal e institucional do Sr. Comandante da GNR, da qual discordamos pelas seguintes razões:
1 – O posto da GNR do Caramulo, é responsável, pelo policiamento de uma área de 128,3 Km3 e garante a segurança de 5631 pessoas do Concelho de Tondela - Freguesias de Silvares, Guardão – Mosteirinho e S. João do Monte, parte de Santiago de Besteiros e ainda Oliveira de Frades- (Freguesias de Paranho de Arca e Varzielas);
2 – O Posto foi instalado em 1959, há portanto 46 anos; 3 – O Posto garantia o serviço de atendimento durante 24 horas por dia; 4 – Presta segurança a pessoas e bens da população e Freguesias bem dispersas de toda a área da serra do Caramulo;
5 – Pelo número de pessoas abrangidas, repito, 5631 pessoas, significa que faz segurança a um território em alguns casos muito superior a alguns Concelhos; Tendo em atenção estes pressupostos anunciados atrás, entendemos que se justifica a manutenção do Posto da GNR, assim como o reforço em meios humanos, para que possa garantir a segurança das pessoas e dos bens em toda a área da Serra do Caramulo.
Sabemos, que a justificação para a passagem a Posto de Atendimento é pelo facto de não haver recursos humanos suficientes, na área do Comando Distrital, para reforço efectivo daquele posto. Esta, contudo não pode ser uma justificação. Não faz sentido! Sabemos que o país atravessa uma grave crise financeira, económica e social, precisando de poupar recursos para cumprir os seus compromissos internacionais. Contudo, há 3 áreas que consideramos prioritárias, e que devem merecer uma atenção bem especial dos responsáveis políticos, porque afectam gravemente as populações, ou seja, segurança, saúde e apoio social. Neste sentido, e porque não queremos apenas e só discordar por discordar, julgo que existem alternativas para o reforço do posto da GNR do Concelho e da Região. Refiro-me aos recursos humanos que estão ao serviço do combate aos incêndios, os denominados GIPS (Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro), que são GNR e que no Distrito são cerca de 100 homens. Pensámos e sugerimos que eles voltem ao serviço normal de segurança, e deixem o combate aos incêndios aos bombeiros que têm capacidade e competência para o fazer. Esta é pois a nossa posição clara sobre esta matéria, e mais uma vez reafirmar a total e inequívoca oposição à decisão do Sr. Comandante Distrital da GNR. Iremos por isso solicitar, com carácter de urgência uma reunião com o novo Ministro da Administração Interna, de forma a procurar perceber o alcance desta decisão.
